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Desapegue, Nada Permanece

Foto do escritor: Luciano CirumboloLuciano Cirumbolo

Atualizado: 19 de set. de 2018

Os anos passam, as experiências se desdobram e surge a tendência de reunir lembranças e objetos que criaram em nós uma boa referência. Diante desse movimento quase automático, o apego aparece como um sentimento pouco compreendido. Ainda que revele a tendência de alimentar uma segurança, o apego, no fundo, é um elemento ligado à estagnação.


O apego cria um sentido de brevidade e limitação, diminuindo o potencial de novas apostas e projetos. Todo apego gera um sentimento de posse, diminuindo as chances do indivíduo em arriscar algo diferente, condicionando a pessoa a antigos hábitos. Comumente a nostalgia e o medo da perda se fazem presentes. Nestes casos, refletir sobre o que se acumulou e o sentido da doação (ou desapego) torna-se importante para uma expansão do ego (eu).


Há uma tendência do ego em se sentir mais empoderado a partir da posse e acúmulo de objetos, criando a sensação de segurança e permanência no mundo. No fundo, o que o ego não percebe, é que a única realidade é a impermanência. Nada fica, nada deverá permanecer. Tudo segue conosco por um período de usufruto e logo a seguir entra em movimento de reciclagem. Assim acontece com as roupas, os sapatos, com a mobília, o carro, utensílios de cozinha, brinquedos, antigas ideias e lembranças. Tudo ocupa um espaço por um determinado tempo.


Qual atitude seria mais interessante para o ego diante desse fluxo de impermanência? Tornar-se mais poroso diante da vida, seria uma boa resposta. Ser poroso é mostrar-se mais receptivo e espontâneo frente a objetos e ideias, criando a consciência de que o novo deve gerar um movimento criativo na vida, e não uma estagnação em relação a ela.


O sentimento de posse, prende; a atitude de desapego, impulsiona, levando o indivíduo a encarar a realidade de forma livre, menos engessada. Geralmente, a partir dessa permissão do ego, as coisas tendem a uma fluidez em relação aos anseios e expectativas da pessoa em seu cotidiano, gerando uma atmosfera mais favorável ao bem-estar e um ambiente mais propício à leveza.


Em resumo, talvez seja essa a nossa tarefa no cotidiano: reaproximar leveza e satisfação em tudo o que promovemos.


* Ensaio criado originalmente para o Projeto "Desapegue Que a Vida Flui" (Setembro/2018), coordenado por Vanessa D'auria (Personal Organizer) / Instagram Parcerias e Colaborações.

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